quinta-feira, 22 de março de 2012

Alterações Aerodinâmicas: Vale à pena?

        É comum o proprietário de um veículo ficar atento para as alterações do óleo do motor, no consumo de combustível e a outros problemas, mas esquecem dos acessórios aerodinâmicos, que instalados em lugares errados podem fazer o carro perder pressão aerodinâmica, além de gastar mais combustível e deixar outras peças do automóvel em mau estado. 
Então, é por esses motivos que os engenheiros das grandes montadoras fazem estudos computadorizados dentro de túneis de vento para deixar os carros de passeio, superesportivos e carros de corridas com a melhor aerodinâmica possível, assim, ganhará mais força e menos arrasto do ar.
No entanto, esses acessórios ganham as ruas, e sem saber os donos desses automóveis modificados têm o rolar do veículo diante o ar prejudicado.
Tudo é Spoiler


Saias, aerofólios e asas são projetados para trabalhar contra a força do ar que atua sobre eles, e por isso ganham a nomenclatura de spoiler.O aerofólio, por exemplo, é instalado em carros de corrida para diminuir a turbulência do ar e conseguir estabilidade e bom desempenho.

Os spoiler dianteiros podem limitar a quantidade de fluxo de ar de baixo de um carro, além de dirigir o fluxo de ar. Já os traseiros têm a funcionalidade de criar atrito com o ar na parte traseira do automóvel. Esses spoilers podem ser chamados de asas dianteiras e traseiras.
Entradas de ar têm duas funções na maioria dos casos é para ajudar no resfriamento do motor e para direcionar o vento, por exemplo, carros de corridas são direcionados para dar mais estabilidade e downforce ao carro.
Estética VS Funcionalidade


No entanto, os amantes de veículos modificados utilizam-se desses acessórios para deixar o carro mais bonito, mas será que vale a pena? Segundo a engenharia não, como explica o Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, Marcelo A. L. Alves. “O uso de um spoiler, aerofólio ou saias teriam poucos efeitos num carro de passeio, principalmente se o veículo tiver uso majoritariamente urbano onde não se desenvolvem altas velocidades por períodos longos de tempo.

Porém, no caso dos esportivos de alto desempenho, a regra é outra, os modelos precisam dessas peças aerodinâmicas, pois ajudarão no efeito das forças do vento que agem contra o veículo. Então, um automóvel de passeio que se arrasta na pista terá um desgaste maior de pneus, motor e suspensão, logo, um consumo de combustível mais elevado como ressalta Alves. “Alterar o equilíbrio destas forças, sem estudar o veículo como um todo pode fazer com que este fique mais instável. O resultado pode ser pior que o desejado, por exemplo, um aumento do arrasto fará com que o veículo fique sujeito a forças de resistência ao seu deslocamento maior, assim aumentará o consumo de combustível.”

Essa força que o professor de engenharia mecânica se refere é a downforce e o arrasto. O arrasto é simples, é a força que algum determinado objeto faz para se locomover diante o vento. Já a downforce é a força de baixa pressão aerodinâmica, que permite o carro viajar mais rápido, além de aumentar a pressão vertical sobre os pneus e ganhar mais aderência.
Portanto, para chegar aos valores ideais, os engenheiros fazem testes em túneis de vento. “No projeto, os engenheiros usam programas de computador para simulação de dinâmica dos fluidos (CFD) e também técnicas experimentais – testes em túneis de vento, por exemplo, para verificar a eficácia e eficiência destes dispositivos aerodinâmicos. São estes estudos que permitem determinar se um aerofólio ou spoiler estão funcionando corretamente. Nos casos dos carros comuns de passeio também são feitos estudos aerodinâmicos, principalmente para reduzir as forças de arrasto e com isto tentar melhorar a economia de combustível”, explica Alves.
No caso de entradas de ar sobre o capô pode prejudicar o carro, pois essa abertura pode deixar entrar água no motor e danificar alguns módulos eletrônicos.
Alterar um veículo não é tão simples como se imagina, algumas mudanças têm que ser estudas minuciosamente, caso contrário, pode atrapalhar o desempenho do veículo.
Equipados de fábrica

Alguns modelos de fábricas saem com acessórios aerodinâmicos como é o caso do Civic Si da Honda. O modelo é equipado com motorização 2.0 l que entrega 192 cavalos, além de ter um design mais esportivo. Segundo o Supervisor de relações públicas da Honda automóveis do Brasil, Alfredo Guedes Júnior, a Marca buscou destacar a esportividade e estética no veículo. “Procuramos destacar esteticamente a esportividade do Civic Si colocando um elemento, que em um carro de corrida e nas pistas, faz a diferença na estabilidade, pois aumenta o downforce (que ajuda a manter o carro grudado ao solo em velocidades elevadas).”

Os equipamentos aerodinâmicos do carro da Honda são para dar balanço e força entra a dianteira e a traseira, como explica Guedes “Nos veículos de passeio, os spoilers ou strakes - aquelas aletas em frente ao pneu dianteiro - são utilizados para o balanço de forças entre a dianteira e a traseira do veículo, arrefecimento de freios, radiador e também, em alguns casos, melhoria do arrasto aerodinâmico, fatores que visam aperfeiçoar o consumo e aprimorar a desempenho.”
O supervisor de relações públicas ainda ressaltou que testes aerodinâmicos feitos nos carros da Montadora são realizados no Japão.


fonte : http://www.carroseacessorios.com.br/