quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MOTORES de CARROS

Em linha

Em linha - Os cilindros são alinhados em uma única bancada
 

Motor em V

V - Os cilindros são dispostos em duas bancadas, formando um ângulo entre si

Plano

Plano - Os cilindros são dispostos em duas bancadas, em lados opostos do motor

Comando de válvulas

O comando de válvulas


Referência
http://carros.hsw.uol.com.br/engine-graphics3.htm

freios ABS

  

Introdução

      Parar um automóvel repentinamente em uma rua escorregadia pode ser desafiador. Os sistemas de freios antitravamento (ABS, anti-lock braking system) diminuem o desafio dessa situação muitas vezes enervante. Em superfícies escorregadias, mesmo motoristas profissionais não conseguem parar tão rapidamente sem o sistema ABS se comparado a um motorista comum que conta com esse sistema.


Localização dos componentes do freio antibloqueio
Neste artigo, aprenderemos tudo sobre sistemas de freios antitravamento: por que você precisa deles, o que há neles, como funcionam, alguns tipos comuns e alguns problemas associados a ele.
Entendendo o conceito ABSEntender a teoria dos freios antitravamento é simples. Uma roda que desliza (a área da pegada do pneu escorrega em relação à estrada) tem menos aderência que uma roda que não está deslizando. Se você já ficou imobilizado no gelo ou na lama, sabe que se as rodas estão girando em falso, você não tem tração, o carro não sai do lugar. Isso acontece porque a área de contato está deslizando em relação ao solo (veja Como funcionam os freios para maiores detalhes). Ao evitar o deslizamento das rodas durante a frenagem, os freios antitravamento beneficiam você de duas maneiras: você irá parar mais rápido e será capaz de mudar a trajetória do carro enquanto freia.
Existem quatro componentes principais em um sistema ABS:
  • sensores de velocidade
  • bomba
  • válvulas
  • unidade controladora


Bomba do freio antitravamento e válvulas
Sensores de rotação
O sistema de frenagem antitravamento precisa saber, de alguma maneira, quando uma roda está prestes a travar. Os sensores de rotação, que estão localizados em cada roda ou, em alguns casos, no diferencial, fornecem essa informação.
Válvulas
Existe uma válvula na tubulação de cada freio controlado pelo ABS. Em alguns sistemas, as válvulas têm três posições:
  • a posição um, a válvula está aberta; a pressão do cilindro-mestre é passada direto até o freio;
  • na posição dois, a válvula bloqueia o tubo, isolando o freio do cilindro-mestre. Isso previne que a pressão suba mais caso o motorista pressione o pedal do freio com mais força;
  • na posição três, a válvula libera um pouco da pressão do freio.
Bomba
Uma vez que a válvula libera a pressão dos freios, deve haver uma maneira de repor aquela pressão. É isso que a bomba faz: quando a válvula reduz a pressão num tubo, a bomba repõe a pressão.
Unidade controladora
A unidade controladora é um computador no automóvel. Ela monitora os sensores de rotação e controla as válvulas.
ABS em ação
Existem muitas variações e algoritmos de controle para sistemas ABS. Veremos aqui como funciona um dos sistemas mais simples.
A unidade controladora monitora os sensores de rotação o tempo todo. Ela procura por desacelerações das rodas que não são comuns. Logo antes de uma roda travar, ela passa por uma rápida desaceleração. Se a unidade controladora não percebesse essa desaceleração, a roda poderia parar de girar muito mais rapidamente do que qualquer carro pararia. Levaria cinco segundos para um carro parar, sob condições ideais a uma velocidade de 100 km/h, mas quando uma roda trava, ela pode parar de girar em menos de um segundo.
A unidade controladora do ABS sabe que uma aceleração tão rápida é impossível, por isso, ela reduz a pressão naquele freio até que perceba uma aceleração, então aumenta a pressão até que veja uma nova desaceleração. Isto pode acontecer bem rapidamente, antes que o pneu possa mudar de rotação de forma significativa. O resultado disso é que aquele pneu desacelera na mesma relação com o carro e os freios mantêm os pneus muito próximos do ponto onde eles começam a travar. Isso oferece ao sistema o máximo poder de frenagem.
Quando o sistema ABS estiver em operação você sentirá uma pulsação no pedal de freio; isso se deve à rápida abertura e fechamento das válvulas. Alguns sistemas ABS podem operar em períodos de até 15 ciclos por segundo.
Tipos de freios antitravamento
Os sistemas de frenagem antitravamento usam diferentes métodos, dependendo do tipo de freios em uso. Iremos nos referir a eles pelo número de canais - isto é, quantas válvulas são individualmente controladas - e o número de sensores de velocidade.
  • Quatro canais, quatro sensores ABS - este é o melhor método. Há um sensor em todas as rodas e uma válvula separada para cada uma. Com essa configuração, a unidade controladora monitora cada roda individualmente para assegurar a máxima potência de frenagem.
  • Três canais, três sensores ABS - este método, comumente encontrado em caminhonetes com ABS nas quatro rodas, tem um sensor de velocidade e uma válvula para cada roda dianteira, com uma válvula e um sensor para as duas rodas traseiras. O sensor de rotação para as rodas traseiras está localizado no eixo traseiro. Este sistema fornece controle individual das rodas dianteiras, assim ambas podem alcançar a potência máxima de frenagem. As rodas traseiras, entretanto, são monitoradas juntas; elas precisam começar a travar antes que o ABS seja ativado na traseira. Com este sistema, é possível que uma das rodas traseiras trave durante uma parada, reduzindo a eficiência da freada.
  • Um canal, um sensor ABS - este sistema é bastante comum em caminhonetes com ABS nas rodas traseiras. Possui apenas uma válvula, a qual controla ambas as rodas traseiras, e um sensor de rotação situado no eixo traseiro. Este sistema opera na parte traseira da mesma maneira que um sistema de três canais. As rodas traseiras são monitoradas juntas e ambas precisam começar a travar para poder ativar o sistema ABS. Neste sistema também é possível que uma das rodas traseiras trave, reduzindo a eficiência da freada.
    Este sistema é fácil de identificar. Geralmente há uma tubulação de freio correndo ao longo de uma peça em "T" ajustada para ambas as rodas traseiras. Você pode localizar o sensor de rotação procurando por uma conexão elétrica próxima ao diferencial na carcaça do eixo traseiro.
Perguntas sobre ABS
  • Eu devo bombear o pedal de freio quando estiver freando em pistas escorregadias?
    Você não deve, em absoluto, bombear o pedal de freio num automóvel com freios ABS. Bombear o freio é uma técnica usada, às vezes, em condições escorregadias para permitir que as rodas destravem, de forma que o carro permaneça relativamente reto durante uma freada. Em primeiro lugar, em um carro com ABS as rodas nunca devem travar, então bombear os freios iria apenas fazer com que você levasse mais tempo para parar. Em uma freada de emergência num carro com ABS, você deve pressionar o pedal de freio firmemente e segurá-lo enquanto o ABS faz todo o trabalho. Você sentirá uma trepidação no pedal que pode ser bastante violenta, mas isso é normal, portanto, não libere o freio.
  • Os freios antitravamento realmente funcionam?
    Os freios antitravamento ajudam a parar melhor. Eles previnem o travamento das rodas e proporcionam uma distância de frenagem mais curta em superfícies escorregadias. Mas eles realmente previnem acidentes?  O Instituto de Seguros para Segurança no Trânsito (em inglês) ou IIHS (Insurance Institute for Highway Safety) conduziu diversos estudos tentando determinar se os automóveis equipados com ABS estão envolvidos em mais ou menos acidentes fatais. Ocorreu que em um estudo de 1996, carros equipados com ABS mostraram ter igual probabilidade de carros sem ABS se envolverem em acidentes fatais. O estudo revelou que mesmo que seja pouco provável carros com ABS se envolverem em acidentes que sejam fatais para os ocupantes do outro carro, há maior probabilidade de ser fatal para os ocupantes do carro com ABS, especialmente em acidentes de um carro só.
    Há muita especulação sobre as razões disso. Algumas pessoas acham que os motoristas de carros equipados com ABS usam os freios incorretamente, tanto por bombear os freios quanto por liberá-los quando sentem a pulsação do sistema. Alguns acham que, uma vez que o ABS permite ao motorista mudar a trajetória do automóvel durante a freada de emergência, muitos saem da estrada e batem com o carro.
    Algumas informações mais recentes podem indicar que a taxa de acidentes para automóveis com ABS está mais baixa, mas ainda não há evidência de que os ABS realmente melhorem a segurança.


    Referência
    http://carros.hsw.uol.com.br/freios-abs.htm

Aerodinâmica


      Não é algo agradável de fazer, mas imagine o que acontece a um carro a 100 km/h batendo num muro de concreto. Partes metálicas retorcidas e rasgadas. Vidros estilhaçados. Airbags se inflando para proteger os ocupantes – mas nesse tipo de acidente não ajudariam muito. Por mais seguros que sejam os carros atuais, eles não foram feitos para furar um muro de concreto.

Só que há um tipo de parede que os carros conseguem atravessar – e fazem isso há muito tempo. É o muro de ar, cuja resistência os carros têm que vencer para se mover.

Não é fácil pensar no ar ou no vento como um parede. Em baixa velocidade, em dias com pouco vento, é difícil perceber como o ar interage com nossos veículos. Mas em alta velocidade, ou sob vento excepcionalmente forte, a resistência do ar (a força que o ar exerce sobre um objeto em movimento – também chamada de arrasto) tem enorme efeito sobre a aceleração, a dirigibilidade e o consumo de um carro.

Nesta hora entra em cena a ciência da aerodinâmica. Aerodinâmica é o estudo do ar em movimento e das forças exercidas por ele sobre objetos sólidos [fonte – Nasa, em ingles]. Há décadas se projetam carros tendo em mente a aerodinâmica, e os fabricantes de carros puseram em uso inovações que tornam mais fácil cortar o muro de ar, diminuindo seu efeito adverso.

Na essência, projetar um carro levando em consideração o fluxo de ar significa que ele vai ter menos dificuldade para acelerar e vai ter menor consumo de combustível porque o motor não tem que trabalhar tanto para empurrar o carro através da parede de ar.

Os engenheiros desenvolveram várias maneiras de fazer isso. Por exemplo, para que o ar flua ao redor do carro com a menor resistência possível, as carrocerias são arredondadas e têm partes que canalizam o ar. Alguns carros de alto desempenho têm até partes projetadas para levar o ar a se mover de forma suave sob sua parte inferior. Em determinados modelos há aerofólios (também chamados de asas ou spoilers) para evitar que o ar “puxe” para cima o carro – criando sustentação, o que diminui sua estabilidade. Mas na maioria dos carros a suposta peça aerodinâmica está lá apenas como enfeite – você verá a explicação adiante.
Neste artigo vamos examinar a física da aerodinâmica e da resistência do ar e a história de como os carros têm sido projetados levando isso em conta, além de explicar por que a tendência de carros ecológicos dá mais importância que nunca à aerodinâmica.

Referência
http://carros.hsw.uol.com.br/aerodinamica.htm

Como funciona o motor flex

Introdução


motor flex
O carro flexível em combustível, ou simplesmente flex, nasceu nos Estados Unidos b­em no começo dos anos 1990. O motivo de os americanos partirem para essa solução, a de poderem abastecer seus carros com etanol (álcool etílico) em vez de gasolina, é a enorme dependência do petróleo produzido pelos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kwait, todos na conturbada região do Golfo Pérsico. Essa dependência, que hoje já passa de 50%, é uma situação nada confortável para um país que nunca sofreu ameaças de qualquer espécie e que consome mais de 550 bilhões de litros de gasolina por ano.
Os principais fabricantes de lá passaram a oferecer veículos que chamaram de flexible-fuel vehicles (FFV), capazes de rodar tanto com gasolina quanto com etanol contendo 15% de gasolina. Esse etanol é comercializado com o nome de E85, justamente por ser composto de 85% de etanol e 15% de gasolina. O motorista poder abastecer com gasolina ou com E85.
O grande problema do E85 é não estar disponível nacionalmente nos EUA e o número de postos que vendem o combustível ser ainda muito pequeno, mal passando de 1.000, um número ínfimo se comparado aos 170.000 postos daquele país. Por essa razão, a única saída tinha mesmo de ter sido a criação do automóvel que pudesse usar gasolina e álcool, para que os mais interessados em usar o combustível alternativo não fossem prejudicados ao não encontrá-lo.

No final de 2006 já havia mais de 6 milhões de veículos flex nos Estados Unidos, embora boa parte dos seus donos não se dão conta dessa particularidade e continuam a abastecer só com gasolina.

Imagem cedida pela Volkswagen do Brasil Ltda.
Mais recentemente, a questão do aquecimento global pelo efeito estufa, em que uma das causas mais prováveis é o excesso de produção de dióxido de carbono (CO2), um dos gases responsáveis pelo efeito e que são oriundos da queima de combustíveis de origem fóssil, deu novo impulso ao etanol. Um motor que queima gasolina, se alimentado com etanol e devidamente ajustado, produz cerca de 10% de CO2 a menos.
A matéria-prima básica do etanol americano é o milho, cuja maior produção está na região do Meio-Oeste daquele país, que compreende os estados de Indiana, Iowa, Minnesota, Missouri, Ohio e Wisconsin.

Carros flex não devem ser chamados de "bicombustívels", como se ouve bastante, uma vez que tanto a gasolina quanto o E85 são colocados no mesmo tanque. Só é bicombustível, por exemplo, um automóvel alimentado por gasolina e por gás natural veicular, em que cada combustível tem seu próprio reservatório de armazenamento no veículo.

Referência
http://carros.hsw.uol.com.br/motor-flex.htm

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Acessórios: quanto vale o conforto?



    Duas horas e 43 minutos. É quanto, em média, o paulistano gasta diariamente no trânsito, segundo pesquisa do Ibope feita no começo do ano para a ONG Movimento Nossa São Paulo. São 13 minutos a mais que em 2008. Troque o nome São Paulo pelo da sua cidade, e a realidade será quase a mesma. A cada ano se gasta mais tempo dentro do carro por conta dos engarrafamentos, como aponta o estudo. E com tantas horas preso no automóvel, o brasileiro vem investindo em conforto para suavizar a angústia. “As vendas de acessórios voltados ao bem-estar crescem à taxa de dois dígitos”, afirma Paulo Roberto Dutra, da InMarket Consultoria. “Itens que eram considerados de luxo no passado, como ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos, são cada vez mais comuns inclusive em modelos 1.0.”
.      A lista de acessórios voltada ao conforto e à segurança explodiu nos últimos anos. Sensor de estacionamento e Bluetooth são os que lideram a preferência, segundo os lojistas. Mas vem crescendo a participação de outros equipamentos antes considerados supérfluos. “Já perdi a conta de quantos carros eu vendi por conta da geladeirinha”, diz Tadeu Alencar, vendedor de uma autorizada Citroën sobre a C4 Grand Picasso importada da Espanha. A minivan de R$ 90 mil traz minigeladeira no painel como item de série. Coisa rara. Por causa da baixa oferta das fabricantes, o equipamento não é encontrado na maioria dos modelos à venda no país. Por isso fatura alto quem oferece geladeira portátil para carro. “É um sucesso”, garante Plínio Rocha, da revendedora Stroebel de São Paulo, que a vende por R$ 300 (marca Black & Decker). O aparelho, que também aquece, é ligado por meio da tomada de 12V. “Em geral, quem compra é taxista ou gente com família grande e que vive na estrada.”
Sensor de estacionamento e câmera de ré são as coqueluches de acessórios
         Esse é o mesmo público que não economiza para colocar mesinhas tipo avião atrás do banco dianteiro. Em modelos como Fiat Idea e Chevrolet Zafira o equipamento já vem de série. Como opcional, ele não é oferecido em nenhum veículo. Mas há solução. Por menos de R$ 100, você encontra o item em lojas especializadas. Uma delas é a Picolé Brasil de São Paulo. A empresa oferece a peça que é presa ao banco dianteiro por elástico. Não há furos. Por isso a fabricante diz que o produto, voltado ao público infantil, pode ser usado em qualquer carro.

Big brother
“A sensação da vez é a câmera de ré”, garante Dutra, da InMarket. Segundo ele, o dispositivo que aciona uma câmera na hora da baliza já virou uma coqueluche. “Se no ano passado vendia 50, hoje vendo mais de 100 por mês”, afirma Cícero Moraes, gerente da loja de autopeças Rede Auto. Disponível como item de série em modelos de luxo como Audi Q7 ou em recém-lançados como o Kia Soul, a câmera pode ser encontrada em lojas de acessórios automotivos ou em sites de leilão virtual. Mas fica o alerta: boa parte delas são adaptações, com equipamentos comprados no comércio de material eletrônico. A dica do Procon-SP é fazer o serviço em lojas renomadas e exigir a nota fiscal do serviço – “o instalador tem que assumir qualquer possível defeito da parte elétrica do carro”, diz Evandro Zuliani, diretor de atendimento do órgão. Se o carro for 0 km, perde-se a garantia de fábrica da área mexida. A instalação não é complicada e pode ser feita em qualquer loja de som automotivo. O segundo alerta: para ter a câmera, o para-choque traseiro ganhará um belo furo.
Sem a instalação, o kit da marca Altezza – segundo os revendedores, o mais procurado – custa pouco mais de R$ 1 mil. Ele já vem com um retrovisor com tela de LCD, controle remoto e câmera infravermelha. Porém, se você já tiver monitor com entrada de áudio e vídeo (caso de alguns modelos de GPS ou de DVD player), a câmera pode ser comprada à parte por R$ 400.

Montagem/Bosch
Nessa faixa de preço, pode-se equipar seu carro com sensor de estacionamento. As concessionárias da Ford, por exemplo, cobram R$ 500 para instalar o dispositivo no Fiesta. O valor é, em média, o que pede a concorrência. Porém, há diversas opções fora da revenda. Uma delas é oferecida pela Dalgas, fabricante da linha Park Master. O diferencial do produto é que, na hora da instalação, é possível programar que o alerta leve em conta não o para-choque traseiro, mas sim o engate ou o limite do pneu de estepe – algo útil em utilitários esportivos. Instalado, o equipamento tem preço sugerido de R$ 890. A colocação demora cerca de uma hora e meia e, no caso de para-choques pintados, é preciso mandar pintar o sensor da mesma cor. A instalação exige que se façam quatro furos no para-choque.
       “O brasileiro vem se sofisticando quando o assunto é acessório”, diz Dutra. “E quando é para gastar em conforto ele está mão aberta”, afirma o consultor automotivo Paulo Roberto Garbossa, da ADK. Ele lembra que equipamentos voltados à segurança do passageiro e pedestre ainda não são prioridade para os consumidores. “Segurança aqui é sinônimo de equipamentos contra a violência.”
Alarme é coisa do passado. A moda agora é unir o dispositivo com controle remoto para vidros e travas e ainda o sistema que aciona a buzina para localizar o carro. O kit completo, com os três itens, custa cerca de R$ 1.200, já com a mão de obra. O serviço leva pouco mais de uma hora. E vale o mesmo lembrete da câmera de ré: perde-se a garantia de fábrica da parte elétrica se o serviço for feito fora da concessionária.
       Diante desse impasse e sentido a mudança de hábito do cliente, as montadoras vêm ampliando a oferta de equipamentos, inclusive em modelos que estão na ponta de baixo da tabela de preço. Controle de som no volante, por exemplo, pode ser incorporado ao Gol I-Motion. Já Bluetooth é opcional no Palio. “Com o crescimento da demanda, tem caído o valor de equipamentos refinados como ar-condicionado com regulagem independente e câmbio automático por aletas”, diz Dutra. “Tem cliente que gasta uma fortuna para deixar o carro superconfortável”, diz Garbossa. É o preço de passar mais tempo no carro que na sala de estar.

Referência
http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI112361-10337,00.html

Fusca, o carro do povo


Ed Globo 
             Ele deixou marcas profundas na memória dos brasileiros. Para muitos, se tornou marcante pura e simplesmente por ter sido o companheiro das primeiras aulas ao volante. Para outros tantos, foi o inesquecível primeiro carro e também deixou a imagem de modelo robusto, quase inquebrável – e, quando quebrava, mostrava que oferecia manutenção fácil e barata.

           Quem conhece um pouco da história dos clássicos nacionais já matou a charada: estamos, sim, falando do bom e velho Fusca. Esse ícone da Volkswagen esteve presente em muitas ocasiões nas páginas de Autoesporte. A chegada da linha 1969, por exemplo, mereceu destaque na revista. O primeiro ponto elogiado foi o fôlego extra do motor 1.300 (que passou a equipar o VW em 1967) em relação ao antigo boxer 1.200. “Quanto à flexibilidade, melhorou consideravelmente, apresentando torque bem maior, que o motorista notará, com facilidade e agrado, pois anteriormente usando 1ª, 2ª e 3ª, com o 1.300 usará 2ª, 3ª e 4ª.”
             Por outro lado, a reportagem comentava o quanto a gasolina nacional, de baixa qualidade desde sempre, prejudicou o desempenho do Fusca na comparação com o modelo fabricado na Alemanha. Para contornar o problema, a montadora reduziu a taxa de compressão e adotou um carburador maior. Mesmo assim, não deu para fazer milagre! Enquanto o Besouro de lá acelerava de 0 a 100 km/h em 24,5 segundos, o nosso levava 35,3 segundos para atingir a mesma marca. Já a velocidade máxima ficava, respectivamente, em 126 km/h e 115,02 km/h.

Ed Globo 
         A suavidade da embreagem foi elogiada, mas alguns pontos da transmissão mereceram observações bem diferentes. “O câmbio tem boa precisão de engate e ótima sincronização, porém o conjunto câmbio-diferencial ronca um pouco mais que o razoável.” No mais, elogio aos freios e uma recomendação de atenção nas estradas, já que o Fusquinha apresentava tendência de sair de traseira nas curvas.

O Besouro em nossas ruas

            A história desse mítico Volkswagen no Brasil surgiu do interesse do empresário José Bastos Thompson, proprietário da Brasmotor, que comercializada veículos Chrysler. Ele pretendia oferecer, também, o carrinho alemão. Depois de fechar negócio com a montadora, a empresa nacional vendeu o primeiro modelo para o paulista Rodolfo Maer, isso em 1950.

Como o empresário havia previsto, o interesse pelo Besouro foi aumentando e, para atender à demanda, a própria VW instalou uma linha de montagem do modelo, no bairro paulistano do Ipiranga, em 1953 – as duas empresas se dedicaram ao negócio, mas logo a Brasmotor se retirou da parceria. Até 1957, 2.268 Fuscas foram montados nessa linha. A partir daí, as operações da VW foram transferidas para a nova fábrica, na via Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).

Ed Globo 
        Lá, a produção do Fusca só começou em janeiro de 1959, com índice de nacionalização de peças de 54%. O primeiro modelo produzido na fábrica da Anchieta foi adquirido por Eduardo Andrea Matarazzo. Daí em diante, a história de amor desse modelo de carroceria cheia de curvas com o consumidor brasileiro foi ficando mais e mais intensa.

Ed Globo
              Ao longo dos anos, o Besouro foi ganhando uma série de avanços, como trava de direção e barra de direção com lubrificação automática em 1965, motor 1.300 e vidro traseiro 20% maior em 1967, mudança do sistema elétrico de seis para 12 volts em 68, lançamento do “Fuscão” 1.500 e oferta de freios a disco como opcionais em 70, novos carburadores e faróis em 73, lançamento do “Super Fuscão” 1.600 em 74, volante de polipropileno texturizado e lanternas “Fafá” em 79, novo logotipo com o nome Fusca em 83 (oficializado pela montadora) e bancos com espuma de poliuretano e forração de tecido para as portas em 85.
            Com a queda nas vendas, a produção do carrinho foi interrompida no dia 07 de dezembro de 1986. Isso até o então presidente Itamar Franco declarar sua paixão pelo modelo e pedir sua volta à Volkswagen, ou melhor, à Autolatina, que decidiu investir na idéia.

           Em 23 de agosto de 1993 o Fusca ressurge no País, equipado com motor 1.6, catalisador, freios hidráulicos de duplo circuito e sistema de trava dupla do capô, entre outros itens. Com tantos modelos modernos e a ascensão dos veículos 1.0, o bom e velho Besouro ficou deslocado no mercado. Em 1996, o lançamento do Fusca Ouro, com uma série de equipamentos, já era um prenúncio da despedida definitiva.  O bravo modelo com motor a ar, sucesso do pós-guerra, cravou a marca de 3,1 milhões de unidades vendidas no País.

Corcel, o primeiro Ford brasileiro

     Um novo modelo Ford. Um carro que ostentava o nome de uma raça de cavalo. Sem mais nenhuma semelhança com o irmão maior Mustang, o Corcel nasceu como um contraponto ao grandalhão e luxuoso Galaxie 500, ou seja, chegou ao mercado nacional para ganhar espaço entre os modelos mais acessíveis da época. O novo Ford foi apresentado ao público durante o VI Salão do Automóvel de São Paulo, em 1968, com carroceria de quatro portas e motor de quatro cilindros com válvulas no cabeçote, 1.289 cc de cilindrada e 62 cavalos de potência. A edição de Autoesporte da época lembrava que o modelo, anteriormente conhecido como Projeto “M” da Willys (marca adquirida no Brasil pela Ford), era “o primeiro veículo a ser projetado e construído no Brasil, tendo em vista as condições peculiares de clima, estradas e distâncias”.

Dentro desse espírito, o novato Corcel contava com algumas inovações bem interessantes. Alimentado pelo carburador Solex 32, seu sistema de arrefecimento era inédito no País. “A grande novidade para os brasileiros está na refrigeração do motor, que emprega o sistema de radiador selado e termostato, com o que o usuário não precisa verificar o radiador de água, pelo menos durante 30 000 km, de acordo com informações de fábrica. Este sistema já é usado com grande sucesso em diversos modelos de carros europeus.” A avaliação de Autoesporte também destacou as qualidades da tração dianteira, que era construída segundo os mais adiantados princípios, que evitavam trepidações e o aumento de resistência da direção. “A tração dianteira do Corcel é suave e, ao motorista menos avisado, tal detalhe passará totalmente despercebido.”

Ford
Arquivo Autoesporte
Ponto também para os freios do modelo. Equipado com sistema a tambor nas quatro rodas, o Corcel tinha o freios dianteiros a disco como opcional para a versão standard e de série para sua versão luxuosa. A suspensão, independente na dianteira e com eixo rígido na traseira, era bem suave. “Sente-se ao dirigir o mesmo que, apesar de se tratar de carro médio, aparenta ser um veículo de categoria acima, tal o conforto que oferece. Tudo parecia muito bom, mas o modelo apresentou problemas no eixo dianteiro – no alinhamento do sistema de direção – e, assim, ficou marcado como o primeiro veículo a ser produzido no Brasil a passar por um recall, que envolveu 65 mil proprietários.

De qualquer forma, o Corcel também se destacava pelo interior amplo e de bom gosto, apesar da simplicidade. O desempenho não era nada surpreendente, é verdade, mas também não chegava a decepcionar. “O Ford Corcel mostrou um índice bastante razoável de aceleração, ficando pouco a dever aos importados de sua categoria.” Na avaliação de Autoesporte, tendo como base seu próprio velocímetro, o modelo alcançou 138 km/h de velocidade máxima e acelerou de 0 a 100 km/h em 22 segundos. Por outro lado, a estabilidade do sedã mereceu elogios de sobra.

Bem recebido pelo público, o modelo foi se firmando como o Ford mais vendido de sua época. A aceitação do Corcel cresceu com a chegada da versão cupê em 1969. A linha foi completada pelo lançamento da perua Belina, em 1970. Outro salto de qualidade na família se deu em 1971, ano em que a Ford lançou a versão esportiva GT. Requintado, o arrojado Corcel tinha a carroceria enfeitada por faixas laterais de cor preta, além de revestimento de vinil na capota, rodas com desenho diferenciado, faróis de milha e outros detalhes pintados de preto, como o capô com tomada de ar, a grade dianteira e a carcaça dos retrovisores. Ainda melhor, o Corcel GT XP, lançado para oferecer um desempenho melhor, trazia motor 1.4, com 85 cavalos de potência.

O novo motor passava a equipar toda a linha a partir de 1973, quando a grade teve o desenho modificado. As primeiras alterações de peso no desenho da linha Corcel foram feitas em 75, com reestilização da dianteira e da traseira, além da parte interna. No mesmo ano a Ford lançava a requintada versão LDO. O primeiro Ford nacional para as massas durou até o final de 1977, quando então foi lançado o Corcel II, com desenho muito mais moderno e atraente. Com uma série de modificações ao longo de sua produção, o novo modelo resistiu até julho de 1986.





Arquivo Autoesporte

Referência
http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI154750-10142,00.html