terça-feira, 17 de julho de 2012

Velas: cuidados com a ignição!

Eletrizante e quenteVelas de ignição de um motor preparado são exigidas ao limite e pedem revisões constantes. Entenda por que!



        Responsáveis por iniciar a combustão de um motor, as velas de ignição necessitam de atenção especial, principalmente em motores modificados. Afinal, em propulsores originais, a temperatura interna já pode chegar aos 800º C. Além disso, as peças são expostas a grandes pressões. Portanto, se nos carros originais elas são muito exigidas, imagine em um modelo preparado…
         Segundo Teco Caliendo, Consultor Técnico de FULLPOWER, um veículo com preparação leve, como filtro de ar esportivo, chip e escape, não necessita de atenção às velas de ignição além da recomendação do fabricante. Mas, se um motor recebe sobrealimentador ou for aspirado para trabalhar com uma taxa de compressão e volume de admissão muito maiores em comparação ao original, o dispositivo de ignição tem mais dificuldade em realizar a centelha. “Como há muito mais combustível e ar no mesmo local, a eletricidade sofre uma resistência muito maior para saltar no eletrodo e isso já é suficiente para gerar um desgaste maior”, explica.



            “Um carro que trabalha com maior pressão dentro do motor, recomendamos trocar com a metade de seu tempo útil, que varia de acordo com cada marca”, explica Caliendo. “As velas têm que ser, no mínimo, verificadas a cada 5 mil quilômetros. E isso é serviço para o preparador realizar e verificar seu estado corretamente”, sugere o especialista. As principais características das velas envelhecidas surgem com dificuldades para o veículo ligar na partida a frio, falha em acelerações fortes e em altas rotações. “O carro fica péssimo de andar e trafegar com o veículo assim é prejudicial para o motor, pois começa a carbonizar a câmara de combustão, especialmente as válvulas de escape”, explica Caliendo.
          Em um propulsor de alta performance, as velas de ignição são cruciais pela refrigeração da câmara de combustão, uma vez que seu grau térmico (a classificação varia entre as marcas) auxilia na perda ou mantimento do calor interno do motor. A diferença do grau térmico da vela está na quantidade de cerâmica em sua parte interna, permitindo com que mais ou menos calor seja dissipado. Por esse motivo, nas trocas de vela, é importante utilizar componentes com o grau térmico definido pelo preparador. “Se a vela usada for mais fria que a recomendada, haverá carbonização. Se for mais quente, pode haver pré-ignição”, diz o especialista. Portanto, faça a revisão do veículo regularmente com um mecânico de confiança para ter um motor sempre forte e com vida útil longa!



        Acima, um calibre, ferramenta utilizada para medir o espaço existente entre o eletrodo e a carcaça lateral da vela. Na teoria, quanto maior for este gap, melhor é a combustão, pois a faísca teria maior contato com a mistura ar-combustível. Na prática, a resistência criada pela própria mistura exige um espaço pequeno, pois sua resistência impede o centelhamento.

A história
        A primeira patente de vela de ignição surgiu em 1860, pelo Belga Jean Joseph Étienne Lenoir. Robert Bosch, por sua vez, patenteou a sua primeira vela de ignição de alta voltagem em 1898! Este dispositivo de ignição começou a ser vendido somente em 1902 e evoluiu até chegarmos aos moldes atuais.

fonte:http://revistafullpower.com.br/
Por Márcio Murta
Fotos João Mantovani

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