sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ecodesign



Introdução
 
A indústria automotiva ao longo de todo o século 20 procurou aperfeiçoar os projetos automotivos voltados para uma montagem eficiente. Fordismo, Toyotismo, Volvismo e outros modelos híbridos tornaram-se referências para a aplicação do conceito de linha de produção. Entretanto, os problemas ambientais decorrentes da forte industrialização (e neste contexto, os automóveis têm sua parcela de responsabilidade), vem forçando equipes de projeto a reverem o conceito de produção automobilística e mesmo do conceito automóvel. O que antes era apenas produção e venda, hoje tem-se o enfoque do fim de vida do produto.

Para auxiliar no estudo do fim de vida dos produtos, métodos foram criados com o intuito de racionalizar toda a sua vida útil. Assim, a desmontagem constitui-se em uma das variáveis mais atacadas nesse início de século 21. A desmontabilidade de um produto tem uma ligação direta com os efeitos nocivos desse junto ao meio ambiente. Através da desmontagem/triagem consegue-se otimizar os processos de reciclagem, tornando mais eficiente o aproveitamento de energia e de matéria-prima.


A Reciclagem do Automóvel
Juntamente à produção, a reciclagem representa uma forma de economia que tenderá a se desenvolver para um futuro próximo. Para MEDINA e GOMES (2002, p.2), "a questão da reciclagem dos materiais automotivos faz parte de um cenário maior onde se situam o automóvel, sua produção e o meio ambiente. Há que se considerar toda a rede de fornecedores de materiais e autopeças além dos setores que junto com o automobilístico formarão o mercado consumidor do material reciclado como embalagens, têxtil, vestuário e calçados, vidro, construção civil entre outros".

Com base em MESQUITA E CASIMIRO (1999, p.1), qualquer automóvel chegará ao fim da sua vida útil. Na grande maioria dos automóveis, os metais são os materiais mais presentes, com destaque para o aço. Com isso, aproximadamente 700 Kg de metal, pode ser reutilizado como matéria-prima em indústrias de produção de aço. Isso representa em média 70% do peso médio de um carro. O restante dos materiais (cerca de 300 Kg) é composto por pequenos fragmentos de borracha, plásticos, tecido, vidro e tintas contaminadas com pós-metálicos, óleos e outros resíduos. De fato, este desperdício de material é perigoso, difícil de processar e causa consideráveis danos ao meio ambiente que podem ser evitados.

O reprocessamento dos metais ainda é o mais rentável devido à recuperação/separação facilitados e a estabilidade das propriedades mecânicas, mesmo após inúmeros reprocessos. Para ilustrar este complexo material na indústria automobilística, FUAD-LUKE (2002, p.8) apresenta, "em 1950 a frota de carro mundial alcançava 50 milhões de veículos e o uso equivalente de combustível fóssil (óleo) era de 1,72 milhões de toneladas. Hoje há mais de 500 milhões de veículos e consumo de combustíveis fósseis excede 8,0 milhões de toneladas do equivalente em óleo". E complementando, MESQUITA E CASIMIRO (1999, p.2), "nos Estados Unidos, os 10 a 11 milhões de veículos que chegam todos os anos ao fim da sua vida útil são retirados de circulação. Uma rede de desmanteladores e fragmentadores processa 94% desses veículos, removendo os componentes que ainda poderão ser reutilizados e separando os materiais para reciclar. Aproximadamente 25% do peso do veículo ou perto de 75% em volume contínua como desperdício. (...)"



referência 
(Trabalho apresentado no Congresso Abipti 2004, em Belo Horizonte/MG)

Jairo José Drummond Câmara (Prof. Dr. CPqD/ED/UEMG)
Róber Dias Botelho (Prof. MSc. CPqD/ED/UEMG)
Fernando Denis de Souza (Graduando em Design Industrial CPqD/ED/UEMG)

2 comentários:

  1. pela situaçao q estamos vivenciando, o ecodesign é essencial,

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