Linhas orgânicas, teto um pouco mais alto e formato monovolume marcam os novos rumos de estilo nos automóveis


O design, as linhas, cores e o tamanho de um carro, entre outros parâmetros, reunidos, compõem o que se costuma chamar de estilo. Mais do que diferenciar um modelo dos outros, ele marca a identidade visual de uma montadora e, muitas vezes, acaba até mesmo identificado com uma época.
COMPACTOS - É possível perceber algumas tendências muito claras no estilo dos veículos que circulam atualmente pelas nossas ruas. Alguns modelos compactos, como o Ford Fiesta, o Volkswagen Fox ou o Citroen C3, têm em comum, por exemplo, o teto mais alto que o de modelos mais antigos.
Para Luiz Veiga, designer-chefe da Volkswagen do Brasil e da divisão de Design de Mercados Emergentes da VW em Berlim, tais características são mais do que tendências: são necessidades. Apesar das semelhanças, ele acha que as mudanças estilísticas variam de uma montadora para outra: "Prefiro não falar em uma tendência global, mas sim no esforço de cada marca em definir sua imagem e suas características para o futuro", avalia.
Da mesma forma que o teto mais alto é uma exigência prática do consumidor que quer carros espaçosos por dentro e pequenos por fora, outras mudanças no design dos veículos, caso das lanternas traseiras mais altas, na altura das colunas, são apenas em função de melhorar sua visibilidade.
Esse pragmatismo a quem o design acaba servindo deu origem a fenômenos como o dos monovolumes, outra tendência que, segundo avaliação das montadoras, veio para ficar. "Existe uma propensão de melhor se aproveitar o espaço interno. Como os carros não podem crescer em comprimento, é natural que cresçam para cima", explica Márcio Alfonso, engenheiro-chefe da Ford do Brasil.
CONSUMIDORAS - A crescente participação das mulheres entre os consumidores de veículos, por exemplo, impulsionou o surgimento de modelos mais altos que oferecem ao motorista melhor visibilidade e maior segurança.
Nos tempos em que os homens decidiam sozinhos, valorizavam mais a esportividade, normalmente associada à posição mais baixa de dirigir, como a dos carros de corrida. Segundo Reinaldo Siffert, gerente de marketing do produto da Peugeot, o público feminino é completamente diferente do masculino na hora de escolher um carro.
"A compra feminina é racional. A mulher pensa no custo, na manutenção, no valor de revenda, na relação diária dela com o carro. O homem pensa no impacto visual", observa.
LINHAS - A despeito das atuais tendências, os desenhos dos veículos alternam, ao longo dos anos, linhas mais curvas e linhas mais retas, acompanhando a moda de cada década.
Para Fabio Luís Birolini, desenhista industrial e engenheiro-chefe do projeto do esportivo nacional Lobini H1, o design automotivo é cíclico mas está em constante evolução. "Nos anos 70 e 80 os carros eram bem quadrados; na década de 90 eles ficaram mais arredondados e hoje se mistura as duas tendências", sintetiza.
Outro projeto com tecnologia e design nacionais é o do protótipo A4.

fonte:
Alexandre Coelho
Auto Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário