sábado, 26 de fevereiro de 2011

design e indústria automobilística

Em 52 anos de história, a indústria automobilística brasileira formou profissionais e conhecimento capazes de exportar projetos completos.

A história dos veículos brasileiros é rica em exemplos de design nativo, como Brasília, Puma, Miura, Adamo, MP Lafer, e outros que fizeram sucesso entre os anos 60 e 80 mas que, infelizmente, não sobreviveram ao confronto direto com a performance e a tradição das marcas estrangeiras. Hoje, são raríssimos os fabricantes nacionais, como a Chamonix, (descendente direta da Puma e que há 21 anos exporta réplicas de Porsche), sendo que a a Troller – depois de 10 anos de vida, tornou-se incapaz de realizar a transformação necessária de design em seu único modelo (o jipe Troller) – foi vendida à Ford.
Na crise, a transformação necessária
Inúmeros motivos levaram ao fim das iniciativas de desenvolvimento de empresas genuinamente brasileiras, com modelos inéditos e de aplicação única em nosso mercado específico - muitos deles alheios à capacidade de reação dos fabricantes, como seguidas crises políticas e econômicas. Porém, para o bem ou para o mal, cada uma destas iniciativas demonstrou o potencial latente e transformador de nosso mercado quando o assunto é design.
Na criação de produtos complexos como o automóvel, a função do design vai muito além das soluções estéticas e funcionais, e a grande vantagem destes estúdios de design é tratar idealismo e emoção com profissionalismo e foco no negócio. O desenho em um projeto é uma etapa entre muitas, atrelada a processos como o desenvolvimento mecânico/eletrônico de sistemas, a projeção de necessidades de mercado e a captação de tendências. Não se pode dizer até que ponto uma difere da outra, tal sua interdependência nos grandes estúdios de design de grandes montadoras, estas ainda o grande berço das tendências automobilísticas no mundo.
No Brasil, no entanto, a origem dos modelos inovadores foi emocional, com os carros nascendo em oficinas a partir de protótipos que iam sendo aperfeiçoados e modificados até o ponto em que seus criadores julgassem estar prontos para venda. Sem projeto, sem premeditação – apenas seguindo a pura intuição, e modelando em madeira, gesso ou plástico as formas, de acordo com seu poderoso “gênio” intuitivo, guiado por uma ligação emocional que todo brasileiro possui com o objeto “carro”.


fonte;http://www.revistaautomotivo.com.br

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